quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Isolamento da Casa Ecológica

A necessidade de manter uma temperatura confortável no interior da habitação é uma preocupação constante e comum, porém por falhas de construção, nomeadamente relacionadas com o isolamento, parte da energia gasta para o aquecimento interior é desperdiçada. Esta, chamada dispersão térmica origina despesas consideráveis e inúteis, provocando para além disso, o aumento constante de poluição e calor agravando o efeito de estufa. Observando bem, a dispersão energética traduz-se no pagamento de energia e combustíveis para na prática, aquecer o ar exterior aumentando os problemas ambientais. Com um exemplo, podemos ilustrar através da colocação de um aquecedor no jardim de casa, no mínimo uma situação ridícula com consequências.
O conforto térmico faz parte da Legislação Portuguesa desde 1990, na medida em que é um factor importante e fundamental na construção civil, ou seja, o isolamento e a forma como é colocado tem que garantir o conforto necessário aos utilizadores, e consta no Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios (D.L. n.º 40/90).
Porque é importante isolar uma casa?
A justificação de falar-se de uma forma tão relevante desta composição neste trabalho, é para não desperdiçar calor, logo energia, bem-estar e dinheiro ajudando assim o planeta.
Isolar significa separar, e numa casa existem dois tipos de isolamento – o térmico, que consiste em colocar a mesma em condições de não emitir calor, não deixar passar para o exterior, ou vice-versa, e o acústico que é o mesmo porém em vez de calor como o centro, tem-se o som – a este não vamos dar tanta importância visto que o som não influência tanto o ambiente.
O isolamento térmico serva para reduzir as trocas térmicas entre ambientes com diferentes temperaturas e características (humidade, entre outras) e com um bom funcionamento do mesmo existem acontecimentos que serão evitados, nomeadamente:
  1. Dispersões significativas de calor do interior para o exterior, bem como a entrada excessiva de calor estival para o interior;
  2. Choques térmicos que poderiam provocar fissuras nas paredes;
  3. Aparecimento de vapor de água nas paredes interiores, que se ficarem húmidas será invadido por fungos e microrganismos que posteriormente causam a degradação dos materiais;
  4. Pontes térmicas (Todos os pontos em que há uma significativa dispersão de calor, causada pela junção de materiais diferentes ou pela interrupção do material isolante).
Arquitectura Bioclimática

A arquitectura Bioclimática é um conjunto de tecnologias a implementar na habitação, em prol da diminuição dos consumos energéticos associado a um bom desempenho ambiental do edifício mantendo, ou até aumentando o conforto e reduzindo os custos.

Uma das maiores preocupações no interior do lar é o conforto face às temperaturas. No verão é frequente a existência de ar condicionado e/ou ventoinhas sendo substituídas no inverno por aquecedores. Este sector - a climatização - ocupa cerca de 15% de toda a energia consumida dentro de casa e é um dos pontos onde estas tecnologias actuam através de dois princípios: estratégias de arrefecimento (Verão) e estratégias de aquecimento (Inverno).

Na planta do edifício deve ter uma base regular; quadrada ou rectângula sem reentrâncias o que provocaria zonas de sombra e de perdas térmicas é um bom começo para reduzir as preocupações climatéricas dentro da habitação.

A posição do edifício face aos raios solares - este deve possuir as principais fachadas da casa (sala e quartos) orientadas para sul a fim de aproveitar todo o ano os raios solares. Em Portugal durante a estação mais quente do ano, o sol encontra-se alto não penetrando a casa da mesma maneira que no Inverno, quando este está baixo e com janelas de grandes dimensões entra pela casa a dentro e aquecendo as divisões.

Se possível a colocação de sombreamentos exteriores permite o efeito de sombra para a casa, reduzindo ainda mais a entrada directa dos raios solares. Estes podem ser por meio de saliências de telhados e varandas, ou por persianas ou toldos exteriores. Um sistema também opcional de climatização é a colocação de um bom isolante (assunto que irá ser desenvolvido mais é frente) bem como a utilização de paredes exteriores espessas e usar materiais de construção transpirantes e com uma boa inércia térmica deixando assim passar o vapor de ar para fora e acumulando calor durante o dia que será libertado durante a noite.

Não é muito conhecida nem aplicada mas constitui também uma opção para controlar as temperaturas; é baseada no contra ciclo da evolução das temperaturas e consiste na montagem de tubos subterrâneos nos quais o ar entra frio e sai mais quente – caso de inverno, ou vice-versa aquando verão, ou seja, sabe-se que no verão o solo atinge temperaturas de inverno e no inverno temperaturas de verão, assim quando o ar é sugado e “passeia” nos tubos vai alterar a sua temperatura tal como é pretendido, gastando apenas a energia do ventilador que é responsável pela entrada e saída do ar. Pintar de cores claras e reflectoras as zonas quentes para projectarem para fora o calor é também uma medida a ter em conta.

Quando, nos espaços exteriores, existe uma piscina esta funciona como um sistema de arrefecimento de temperaturas tal como podemos observar na figura ao lado, ao qual dá-se o nome de Arrefecimento evaporativo pois as ondas de ar arrefecido proveniente da piscina, influencia a outro mais quente, reduzindo as suas temperaturas.


Para além de preocupações com a climatização interior, este tipo de arquitectura preocupa-se também com as necessidades de ventilação e iluminação através de alguma das medidas mencionadas. Relativamente à ventilação uma medida bastante aplicada relaciona-se com a existência de espaços amplos na casa para uma melhor circulação do ar.

Respeitantemente á iluminação, este tipo de arquitectura aconselha a uma maior dimensão da área envidraçada, para como é óbvio, a luz natural invadir a casa e com a medida já mencionada de ampliar espaços, a iluminação atingirá áreas mais extensas.

Com todos estes processos, verificámos quão acessível é, por pequenas decisões e alterações possuir de uma forma mais confortável uma casa que gaste menos energia ajudando o ambiente bem como as poupanças familiares.